PT
ENPT
EN
Rita Marques é Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica e de Reabilitação, Mestre em Enfermagem Avançada e Doutora em Enfermagem, desempenhou funções enquanto enfermeira no SU do Hospital de Santa Maria, na UCIMC do Hospital Pulido Valente e no SMI do Hospital de Santa Maria.
Atualmente, para além de docente na ESSCVP-Lisboa, é Coordenadora da Licenciatura em Enfermagem e da Pós-Graduação em Ventilação do Doente Crítico. É investigadora colaboradora no Center for Innovative Care and Health Technology, bem como investigadora integrada no Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde. É ainda autora de diversas publicações e preletora em conferências nacionais e internacionais na área da Enfermagem.
A 1ª edição do curso teve início a 20 de abril. Que balanço faz desta 1ª edição?
O balanço geral da 1ª edição deste programa de pós-graduação foi muito positivo e orientador do caminho a seguir.
Devido às limitações impostas pela pandemia, procurámos implementar um programa de pós-graduação numa modalidade de ensino mista, com ensino teórico à distância e aulas práticas presenciais em contexto de centro de simulação, com modelos de média e alta fidelidade. Este modelo foi considerado muito benéfico por parte dos estudantes pelo que o iremos manter na 2ª edição.
Uma das mais valias deste curso prendeu-se com o facto de termos formalizado parcerias/protocolos com empresas de equipamentos médicos, que disponibilizaram esses equipamentos para as aulas práticas. É nosso intuito alargar essas parcerias a outras empresas e serviços hospitalares, com vista à melhoria das condições, bem como da oferta formativa.
Atualmente, caminhamos para a 2ª edição da Pós-Graduação em Ventilação do Doente Crítico. Que atualizações foram realizadas para a realização desta 2ª edição?
Apesar da 1ª edição ter superado as nossas expectativas, existem sempre aspetos a atualizar. Os testemunhos dos discentes e docentes foram decisivos para as alterações que iremos ter nesta 2ª edição, em particular no que se refere ao cronograma, conteúdos e metodologias de avaliação.
O impacto de uma carga letiva semanal de 12 horas evidenciou-se como limitativa da apreensão dos conteúdos em profissionais, que têm de conciliar a sua atividade formativa com a laboral. Deste modo, para dar resposta a essa situação, mantivemos o número de horas letivas da pós-graduação, mas alargamos o período de frequência do curso de 6 para 10 meses, diminuindo assim a carga horário semanal para uma média 6 a 8 horas.
Ainda, e apesar dos conteúdos do curso estarem acreditados pela Ordem dos Enfermeiros, há conteúdos que irão ser mais aprofundados como, por exemplo, no módulo da ventilação invasiva. As metodologias de avaliação também foram ajustadas tendo em conta as sugestões dos estudantes da 1ª edição.
Que critérios foram seguidos na seleção do corpo docente para garantir a continuidade da qualidade e excelência da formação?
Para a seleção do corpo docente tivemos em conta a experiência académica e a experiência profissional na área. Pretendemos um corpo docente qualificado mas, acima de tudo, constituído por peritos de reconhecida experiência e competência profissional na área da prestação de cuidados ao doente critico ventilado, sob técnicas continuas de substituição renal ou ECMO.
Em termos de formação, quais as necessidades que o curso vem colmatar "nos profissionais de hoje"?
A ventilação mecânica é sem dúvida uma técnica complexa que exige profissionais formados e treinados para a sua correta implementação, monitorização e desmame. A pandemia impôs a necessidade de recurso a técnicas de ventilação tanto invasiva como não invasiva ou oxigenioterapia por alto fluxo.
Neste sentido, esta formação pós-graduada, estruturada em cinco UC (Unidades Curriculares), procura formar e capacitar os profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) que prestam cuidados diretos ao doente critico ventilado em cinco áreas fundamentais: abordagem à pessoa com insuficiência respiratória aguda, ventilação mecânica invasiva e não invasiva, técnicas contínuas de substituição renal e Ecmo.
A 5ª Unidade Curricular centra-se num ensino clínico constituído por 64 horas práticas, que irá decorrer em contexto de unidades de cuidados intensivos ou intermédios, de acordo com os interesses dos estudantes, o que lhes permitirá observar, refletir e intervir junto de profissionais experientes, no cuidado direto ao doente critico ventilado.
De que forma a Pós-Graduação é uma mais valia para os profissionais de saúde?
Sabemos que uma intervenção atempada e eficaz ao doente critico ventilado exige uma equipa multidisciplinar diferenciada com formação e experiência que permita uma capacidade de resposta imediata.
Através de um modelo de formação misto (online e presencial), procurámos fomentar a existência de uma interação constante entre docentes e discentes, e uma transmissão de conteúdos relevantes para os cuidados diretos. As aulas práticas, com modelos de média e alta fidelidade, bem como o recurso a equipamentos (ventiladores, máquinas de diálise) e aulas teórico-práticas em contexto clínico (ECMO), procuram facilitar a consolidação dos conhecimentos teóricos.
Os docentes desta pós-graduação em modelo misto, procuram torná-la estimulante e enriquecedora, aferindo ao longo do percurso que as aprendizagens relevantes são efetivas.
Quais as suas expetativas para esta 2ª edição da Pós-Graduação?
Após uma 1ª edição com um feedback muito positivo por parte de docentes e discentes, esperamos uma 2ª edição ainda mais positiva com os pequenos melhoramentos realizados. Ainda assim, com sentido de responsabilidade e compromisso com um ensino pós-graduado de excelência, esperamos continuar a ir ao encontro das expectativas e reais necessidades formativas dos estudantes.
A 2ª edição da Pós-Graduação em Ventilação do Doente Crítico terá início a 11 de março de 2022. As inscrições estão abertas até o dia 13 de fevereiro. Saiba mais AQUI.