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O tabaco resulta de um conjunto de mais de 4000 compostos químicos tóxicos, sendo que, pelo menos mais de 50 são conhecidos como agentes cancerígenos, dos quais se destaca o arsénio, o amoníaco, o sulfato de hidrogénio e o cianeto hidrogenado.
O consumo de tabaco em Portugal nos adultos diminuiu nos últimos cinco anos, de acordo com o Relatório do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo 2020, da Direção-Geral da Saúde (DGS). Verificou-se uma redução da prevalência do consumo que passou de 13,2%, em 2014, para 10,9% em 2019.
Entre os jovens dos 13 aos 18 anos, houve igualmente uma redução do consumo de tabaco (cigarros), embora haja evidência de um aumento do consumo de tabaco aquecido, entendido erroneamente pelos jovens (e menos jovens), como menos nocivo para a saúde.
As advertências escritas nos maços de tabaco, e as imagens que têm como objetivo “chocar”, podem ter contribuído para esta redução. É uma ação que aplaudo, pois pretende atuar como medida preventiva para o início do hábito, bem como para a cessação tabágica.
O consumo de tabaco é habitualmente iniciado antes dos 20 anos de idade, sendo que, nesta fase, os jovens estão sujeitos a uma significativa pressão social e a uma necessidade de integração nas comunidades a que pertencem, e que por muitas vezes a não adesão aos hábitos dos grupos onde estão inseridos, pode conceber o receio de não-aceitação e mesmo de exclusão pelos seus pares.
Na Área de Ensino de Cardiopneumologia da ESSCVP-Lisboa, é com grande satisfação que observo que os jovens adultos que frequentam o nosso curso pertencem maioritariamente ao grupo dos não fumadores. Muitos parabéns pela vossa escolha! Continuem assim!
Sendo o tabaco um dos maiores fatores de risco para a mortalidade e mobilidade, quer por doenças cérebro e cardiovasculares [(Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM)], quer por doenças pulmonares (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), cancro do pulmão e das vias aéreas, entre outras), importa realçar a importância deste dia.
Estas são algumas das patologias com que a Área de Ensino de Cardiopneumologia é confrontada no seu dia-a-dia de trabalho (clínico), pelo que se torna uma “obrigação” moral e ética incentivar ativamente, não só a comunidade escolar, mas toda a comunidade da necessidade/imperatividade da evicção/cessação tabágica.
O corpo docente de Cardiopneumologia tem promovido ao longo dos anos rastreios/ações formativas, com o intuito de alertar para os fatores de risco do AVC, EAM ou hipertensão arterial, incutindo nos nossos alunos a necessidade de participação nestas iniciativas de formação à comunidade em complemento à sua formação académica.
É com grande agrado que vejo os alunos interessados e motivados para a realização destas atividades extracurriculares. Obrigada aos alunos por se voluntariarem! Tenho muito orgulho em todos Vós! Obrigada aos docentes que se empenham nestas ações!
Termino com o que considero ser o mais importante: não fumem. Pela vossa saúde e pela saúde dos que vos rodeiam!
Liliana Raposo
Diretora da Área de Ensino de Cardiopneumologia
ESSCVP-Lisboa